O Deputado STEFANO AGUIAR (PSD-MG) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, hoje pela manhã esta Casa realizou uma importante sessão solene em homenagem ao Dia Mundial do Autismo, também conhecido como transtorno do espectro autista.

Sei o quanto é relevante abordarmos um tema deste aqui, no Parlamento brasileiro, cujos assuntos de interesse geral acabam tendo ressonância na sociedade.

Ficamos felizes em receber inúmeros autistas e seus familiares, especialistas e profissionais que militam numa área tão complexa, mas ao mesmo tempo grandiosa como é o autismo. Precisamos encarar essa questão de frente, com conhecimento, profissionalismo, respeito e muito amor.

Estamos falando de distúrbios que às vezes comprometem a comunicação social e a interação, e os comportamentos repetitivos. Um pequeno e simples gesto pode representar uma enorme barreira para os autistas. Enquanto atividades complexas para muitos podem não ser nada para eles. Está comprovado que tais diferenças podem existir desde o nascimento e serem óbvias para todos; ou podem ser mais sutis e tornarem-se mais visíveis anos mais tarde.

O evento de hoje serviu para reafirmarmos a necessidade de nos empenharmos ainda mais em favor da causa, e assim, elaborarmos mais proposições que beneficiem os cerca de 2 milhões de autistas no Brasil.

Está na hora de cada um de nós e a própria sociedade entender o contexto que envolve os autistas. Não podemos nos esquecer que, no caso das crianças dentro do espectro, elas têm pouco interesse em olhar para pessoas e valorizam mais os objetos. Além disso, podem ter alguma forma de sensibilidade sensorial em um dos cinco sentidos – visão, audição, olfato, tato e paladar – que podem ser mais ou menos intensificados.

Para se ter ideia, Senhor Presidente, certos indivíduos que são sub sensíveis podem não sentir dor ou temperaturas extremas. Alguns podem balançar, rodar ou agitar as mãos para demonstrar determinada sensação, como o stress, por exemplo, ou para demonstrar alegria.

Por outro lado, as pessoas com autismo podem se destacar em habilidades visuais, música, arte e matemática. A maioria delas tem facilidade em aprender visualmente, são muito atentas aos detalhes e à exatidão, legais e amigas, e geralmente possuem capacidade de memória muito acima da média, dentre outras habilidades.

Creio que a sociedade já percebeu a importância de demonstrar afeto, respeito e valorização aos autistas. Prova disso foi a iluminação na cor azul de monumentos e prédios públicos para lembrar a data. Uma ação bastante positiva e enaltecedora. Mas, sem conhecer as peculiaridades da doença fica difícil conviver com essas pessoas. Por isso, reafirmo que temos que adotar uma postura mais paciente e compreensiva para com os autistas.

Existem alguns problemas que carecem de melhorias. As redes públicas de saúde e de educação, por exemplo, precisam melhorar muito os seus atendimentos a esse público. Há poucos lugares que fazem atendimento especializado e os pacientes precisam ficar em uma longa lista de espera. Certamente isso impacta fortemente na eficácia do tratamento.

Outro entrave está na questão educacional. A dificuldade de encontrar uma escola que atenda crianças autistas é extremamente difícil. Não há dúvida: os autistas têm muito a nos ensinar, pois eles não mentem e não julgam. Valorizar o autista é acreditar na superação e no poder do amor.

Senhor Presidente, solicito a Vossa Excelência que meu pronunciamento seja divulgado pelos órgãos de divulgação da Casa Legislativa e no Programa À Voz do Brasil.