O Sr. STEFANO AGUIAR (PSD-MG) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, todos os nobres Colegas certamente sabem que a recessão não abalou o nosso setor agropecuário, o grande responsável pelos sucessivos superávits na balança comercial. Dentre o extenso rol de valiosas commodities que produzimos e exportamos, uma merece destaque: o café.

Historicamente o Brasil sempre foi um grande produtor e exportador deste produto, graças ao clima e à topografia muito adequados para a cultura do grão em certas regiões do País. O relevo predominantemente plano favorece a mecanização da lavoura e o clima chuvoso no verão e frio e seco no inverno propicia a alta produtividade e a boa qualidade dos cafés produzidos aqui.

Uma dessas regiões propícias ao cultivo é o sul de Minas Gerais, onde cerca de 80% dos municípios dependem em parte ou totalmente da cultura cafeeira. O estado é o maior produtor do País, com uma produção estimada em 30,7 milhões de sacas neste ano, o que corresponde a 53% do total da produção nacional. Em 2018 Minas produzirá, sozinha, cerca de um 1,2 milhão de sacas a mais que o segundo maior produtor mundial de café, o Vietnã.

E estamos longe de temer uma situação de superprodução desta commodity, o que derrubaria o seu valor no mercado internacional. Segundo levantamento da International Coffe Organization, o consumo mundial este ano será de 159,92 milhões de sacas e superará a produção em, aproximadamente, 254 mil sacas.

De olho neste cenário, a empresa mineira Café Jequitinhonha, que nasceu no pequeno município de Capelinha, está-se preparando para investir dez milhões de reais no seu negócio e quadruplicar a produção. A expansão se dará em várias frentes estratégicas, com o objetivo de modernizar-se e atender a uma demanda que tem sido crescente nos últimos anos.

Neste ano o Café Jequitinhonha completa duas décadas de uma trajetória muito bem-sucedida. De acordo com o ranking da Associação Brasileira da Indústria de Café, a empresa já se estabeleceu entre as 65 maiores indústrias cafeeiras do País. Em 2018, os lucros cresceram 15% e, embora esteja trabalhando no limite da capacidade de produção, não tem conseguido suprir a demanda.

Desde fevereiro deste ano o Café Jequitinhonha ampliou significativamente o seu mix de produtos. A nova linha lançada abarca, inclusive, outros itens além do café, como leite integral, refresco em pó e achocolatado instantâneo. Hoje a marca oferece dezenove produtos, com bebidas que podem ser consumidas quentes ou frias.

A cultura cafeeira funciona como um importante estabilizador da economia regional, porque o setor não é sazonal, não demite como outros setores.  Em anos de recessão, a agropecuária manteve o nível de empregabilidade e em Minas isso se deu, em grande parte, graças ao café.

Senhor Presidente, nobres Colegas, quero, pois, saudar e parabenizar toda a equipe que está por trás do sucesso do Café Jequitinhonha.  Faço votos de que este esforço pela ampliação da produção seja bem-sucedido, pois são as empresas modernas, eficientes e bem geridas como esta as grandes responsáveis pela prosperidade nacional, promessa de superação definitiva da crise em que nos encontramos.

Senhor Presidente, solicito a Vossa Excelência que meu pronunciamento seja divulgado pelos órgãos de divulgação da Casa Legislativa e no Programa Á Voz do Brasil.