Devido o aumento dos casos de dengue, e com um número expressivo no Estado de Minas Gerais,  o deputado Stefano discursou sobre o assunto: Os casos de dengue aumentam, campanhas são feitas… a situação melhora, o tema é esquecido… e o número de ocorrências volta a piorar alguns meses depois.

Dizem os especialistas em epidemias que as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti naturalmente funcionam assim, em ciclos. Um ano de epidemia, sempre com a maior concentração de casos no verão, é sucedido por um ou dois anos mais tranquilos. Essa previsibilidade deveria, portanto, guiar os gestores nos trabalhos de prevenção.

Neste ano de 2019, o que os números mostram é uma explosão no número de casos de dengue.No Brasil, o aumento foi de 264% até meados de março. Já em Minas Gerais o crescimento em relação ao primeiro trimestre do ano passado foi de 1000%! Foram registrados, no estado,mais de 140 mil casos prováveis e ao menos catorze óbitos foram confirmados entre janeiro e março.

Um aumento já era esperado, depois de dois anos com poucas ocorrências. Mas é provável que os números fossem outros, muito menores, se as campanhas junto à população e as ações de controle de endemias tivessem sido mais intensas no ano passado, antes do verão.

Na verdade, a prevenção deveria ser intensa durante o ano inteiro. Talvez assim não tivéssemos chegado à atual situação. Parte do Estado de Minas Gerais está em situação de emergência em saúde pública, decretada pelo governo estadual, em 23 de abril, para tentar conter o avanço da dengue.

Segundo o governo, a medida permitirá destinar recursos de forma mais ágil para o combate ao mosquito e para o atendimento aos pacientes. Inicialmente, 93 prefeituras vão receber recursos para contratação de agentes de controle de endemias, capacitações para profissionais na assistência hospitalar, e custeio e manutenção de atividades, como confecção e reprodução de material informativo, aquisição de material de apoio para ações de mobilização e realização de mutirões de limpeza de áreas prioritárias.

É uma ação necessária. Com o surto de casos, os municípios precisam de apoio para dar a atenção devida aos pacientes. Em Belo Horizonte, foi preciso contratar dezenas de médicos e abrir unidades específicas para tratamento dos pacientes com dengue.

Neste contexto, nosso recado para a população é para que faça sua parte, eliminando os focos de mosquito em suas casas. Já para as autoridades, o que demandamos é uma boa assistência aos doentes e mais continuidade nas ações de prevenção e controle.

É claro que as ações emergenciais são importantes e precisam continuar acontecendo até que a pior fase do problema seja vencida. Mas os esforços devem ser constantes, com integração entre as regionais de saúde, com conhecimento sobre os riscos de epidemia em cada parte do estado e, sobretudo, com planejamento para que novos surtos e epidemias não voltem a ocorrer daqui a um, dois ou três anos.

Muito obrigado.